Reflexões

29/06/2021

SETE PRINCÍPIOS PARA EVANGELISTAS DE CRIANÇAS

O EVANGELISTA

O Senhor Jesus mesmo distribui dons para a edificação da igreja: “E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres” (Efésios 4:11). O evangelista dispõe de uma capacidade especial para compartilhar o evangelho.

O Evangelho significa “boa notícia”, e foi muito bem sintetizado por Paulo em 1 Coríntios 15:1-4: “Irmãos, venho lembrar-lhes o evangelho que anunciei a vocês, o qual vocês receberam e no qual continuam firmes. Por meio dele vocês também são salvos, se retiverem a palavra assim tal como a preguei a vocês, a menos que tenham crido em vão. Antes de tudo, entreguei a vocês o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras”.

Claro que todo crente comunica a boa notícia do evangelho para outras pessoas, mas o evangelista não só tem um talento maior para esta tarefa, como também quer levar esta mensagem, urgentemente, a todos, seja em conversas pessoas, seja em pregações, seja no ensino. O seu maior desejo é ver pessoas crendo em Cristo e recebendo-O como Senhor e Salvador

O EVANGELISTA DE CRIANÇAS

Hoje é urgentemente necessário que surjam EVANGELISTAS DE CRIANÇAS, até pelo fato de que é na faixa etária que antecede os 14 anos, que a maioria das pessoas tem o seu encontro vivo com Jesus Cristo e experimentam o novo nascimento.

Descubra e desenvolva este dom aproveitando as oportunidades para falar de Cristo às crianças e fique atento aos seguintes sinais:

  1. Quando você evangeliza as palavras fluem naturalmente.
  2. As crianças ficam muito interessadas na mensagem do amor de Deus.
  3. As crianças expressam seu desejo de receber Jesus Cristo.
  4. As crianças, de fato, pedem perdão de seus pecados e creem em Cristo.

Estes sinais são preciosos e confirmam, numa certa medida este dom de evangelista, mas lembre-se sempre que esse dom não vem de você, ele é dado pelo SENHOR, que afirmou ser o Espírito Santo aquele que convence as pessoas do pecado e da salvação em Jesus (João 16:7-8). O seu trabalho, como evangelista é falar, mas é o SENHOR quem converte.

Um EVANGELISTA DE CRIANÇAS tem como foco principal ganhar para Cristo e discipular os que estão na faixa etária que antecede os 14 anos de idade, a época mais oportuna, e que tem sido chamada de JANELA 0 X 14. As estatísticas apontam que é justamente na faixa etária de 0 a 14 anos que 86% dos que hoje se dizem salvos pela graça, mediante a fé em Jesus Cristo, receberam-no como seu Senhor e Salvador.

SETE PRINCÍPIOS PARA EVANGELISTAS DE CRIANÇAS

Infelizmente, há preconceitos e atitudes erradas que se tornam barreiras no evangelismo de crianças. Um raciocínio preconceituoso é: “Se não posso dar assistência a uma criança marginalizada, não é conveniente então, evangelizá-la. Para que evangelizá-la se depois não poderei dar-lhe um lar, uma roupa, um prato de comida?”

Outro pensamento errado é supor que uma criança mais afortunada não tem nenhum interesse nas coisas de Deus. E assim, milhares de crianças, tanto ricas como pobres, são deixadas sem ouvir o precioso evangelho. É preciso eliminar os preconceitos e adotar uma atitude correta na tarefa de ganhar as crianças para Cristo. Considere, então, os princípios abaixo:

  1. PRINCÍPIO DA PRIORIDADE

Há tanto para fazer que, na maioria das vezes, ficamos agitados de um lado para outro com “muitas coisas”, quando apenas “uma coisa é necessária” – estar aos pés de Jesus! Em João 21:15 Jesus faz a seguinte pergunta: “Tu me amas”? Após a resposta positiva de Pedro, Jesus lhe disse: “Cuida dos meus cordeiros”. Aquele que se preocupa com o Senhor em primeiro lugar, desejando adorá-lo, amá-lo, honrá-lo, estará com o coração correto para amar também as crianças ao seu redor e será usado pelo Senhor alcançando com a mensagem da salvação as crianças, especialmente as que pertencem aos grupos menos evangelizados no Brasil: indígenas, ribeirinhos, sertanejos, ciganos, quilombolas, imigrantes, deficientes e as classes mais e menos favorecidas.

O princípio de prioridade quer dizer: “Seja Maria e não Marta!

  1. PRINCÍPIO DO PODER DO EVANGELHO

O evangelho é “o poder de Deus para, salvação de todo aquele que crê” (Romanos 1: 16). “Todo aquele” pode ser qualquer criança, não importa qual a sua condição. Muitas pessoas acreditam que as crianças mais carentes, ao contrário das mais ricas, reconhecem com mais facilidade o seu próprio estado de pecado e a sua real necessidade de um Salvador, mas na prática sabemos que não é assim.

Este princípio afirma: “Nunca pense que é mais difícil alcançar uma criança do que outra!

  1. PRINCÍPIO DO VALOR DE UMA ALMA

Jesus Cristo afirmou: “Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Que daria um homem em troca de sua alma?” (Marcos 8:36,37). Se uma criança tiver todos os recursos necessários para o seu bom desenvolvimento e, ainda assim, não confiar em Jesus Cristo como seu único e suficiente Salvador, de que lhe adiantará todo o luxo e todo o conforto? Por outro lado, a criança que vive na miséria e na pobreza que assola tantas famílias, convivendo com a marginalidade, a violência, o abandono e a prostituição, tão alarmantes, teria, na solução destes problemas, maior possibilidade de crer na mensagem da salvação?

Sem nenhuma sombra de dúvida, as almas eternas das crianças são de suprema importância e não a sua condição de miséria ou abundância ou qualquer outra condição exterior. A criança, seja indígena, seja ribeirinha, seja sertaneja, seja cigana, seja quilombola, seja imigrante, seja deficiente, seja de família bilionária, seja de família miserável, precisa ouvir, entender e crer no evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.

Não podemos, de maneira nenhuma ficar indiferentes à sorte dos grupos minoritários e mais carentes, pelo contrário. Lembremos sempre que Senhor ouve o clamor dos pobres, vê a acumulação cada vez maior de riquezas nas mãos dos ricos, a avareza, a injustiça, a crueldade e a corrupção. Deus dará a justa retribuição àqueles que acumulam riquezas desonestamente. Que sejamos pacientes e perseverantes em anunciar a verdade, expondo o pecado em toda a sua realidade, não só o pecado individual, mas também o pecado que gera problemas sociais, mesmo que isto acarrete algum tipo de sofrimento. Oremos contra toda a injustiça. Para nós, o fato de não podermos resolver toda a problemática da pobreza e do sofrimento neste mundo, não deverá ser um impedimento na tarefa de evangelizar e discipular, pois esta é a Grande Comissão que recebemos de nosso Senhor Jesus Cristo. Este princípio nos livra de aceitar a lógica humana de que o principal problema do homem seja terreno. Não! “O problema número 1 do ser humano, criança ou adulto, é o seu destino eterno!

  1. PRINCÍPIO DA IDENTIFICAÇÃO

Poderiam as circunstâncias limitar a graça de Deus? De maneira nenhuma! Por mais difícil que seja a circunstância em que a criança vive, é um erro supor que ela precisa ser retirada da sua situação, às vezes tão negativa, para que possa ouvir favoravelmente ao evangelho, pois é exatamente ali onde ela se encontra que a graça do Senhor pode alcançá-la.

O amor, a alegria, a paz, o poder e o consolo prometidos pelo Senhor podem ser experimentados mesmo nas situações mais desfavoráveis e adversas e podemos aprender com o apóstolo Paulo, a dizer confiadamente: “Sei o que é passar necessidade e sei também o que é ter em abundância; aprendi o segredo de toda e qualquer circunstância, tanto de estar alimentado como de ter fome, tanto de ter em abundância como de passar necessidade. Tudo posso naquele que me fortalece.” (Filipenses 4:12,13).

Quando Jesus ordenou: “Vão por todo o mundo e preguem o evangelho a toda criatura.” (Marcos 16:15), Ele sabia que os discípulos enfrentariam culturas e situações completamente diferentes daquelas a que estavam acostumados e vivenciariam situações que não poderiam nem mesmo compreender completamente. Será que eu precisarei ser um miserável para evangelizar a criança abandonada? Será que eu precisarei ser um milionário para evangelizar a criança privilegiada? Será que as crianças indígenas, ribeirinhas, quilombolas, sertanejas, imigrantes, deficientes, ciganas me aceitarão, embora eu não seja de seu próprio contexto?

A compreensão da cultura e dos problemas específicos da criança a quem vamos ministrar, a identificação com ela, a contextualização da mensagem, a disposição de amá-la, conhecendo ao máximo como ela vive e falando a linguagem que ela possa entender, sem a preocupação exagerada com a questão de que somos diferentes dela, são elementos que cooperarão para que ela seja sensível ao Senhor e ao evangelho. Vale a pena meditar nas palavras do apóstolo Paulo em 1 Coríntios 9.22,23: ” Fiz-me fraco para com os fracos, a fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, a fim de, por todos os modos, salvar alguns. Tudo faço por causa do evangelho, para ser também participante dele. “.

Sim, é necessário levar a sério este princípio da identificação: “Alcance a criança em seu próprio contexto!

  1. PRINCÍPIO DA NÃO ACEPÇÃO DE PESSOAS

A maioria do esforço evangelístico é sempre direcionada para as camadas menos favorecidas da sociedade. Provavelmente, isto se deve ao fato de que, identificando-se as necessidades físicas, atenta-se também para as necessidades espirituais das pessoas. Deus, entretanto, não faz acepção de pessoas. Uma alma eterna não pode valer mais do que outra. As óbvias necessidades materiais de uma criança carente não fazem o seu destino eterno ser, de modo algum, mais importante do que o das outras crianças. Sendo assim, é necessário empregar todo esforço e diligência para se alcançar as crianças em todas as classes sociais. Que jamais, por causa do medo ou da incredulidade, venhamos a negligenciar os pequeninos!

Precisamos amar ao Senhor e amar as crianças, certos de que elas são receptivas ao Evangelho e estão desejosas de aprender da Bíblia. Precisamos crer que, em todos os contextos sociais, as crianças podem ser alcançadas com a mensagem da salvação. Vamos descobrir estratégias para cumprir o nosso ministério de alcançar todas as crianças e em todos os lugares. Vá, onde as crianças estão, com o evangelho de Cristo Jesus!

Este princípio, da não acepção de pessoas, diz: “Nunca julgue ser mais importante alcançar uma criança do que qualquer outra!

  1. PRINCÍPIO DA IGREJA

Nenhum trabalho que vise evangelizar as crianças deveria ser planejado e iniciado sem o conhecimento e aprovação da igreja e sua liderança. É fundamental que os ministérios especiais que venhamos a realizar sejam da igreja, e não os nossos ministérios. Isto contribuirá, e muito, para que as crianças sejam preparadas para uma futura integração à vida da igreja. A igreja com a visão da importância de se evangelizar as crianças, dará o apoio fundamental para que o trabalho não seja interrompido: orações, materiais, pessoas etc. Ninguém pode fazer tudo sozinho!

Este princípio afirma: “Trabalhe sempre em sintonia com a sua igreja!

  1. PRINCÍPIO DA GLÓRIA DE DEUS

A nossa mente e o nosso coração devem ser dominados pelo sentimento de que somos simplesmente instrumentos nas mãos do Senhor. ” Porque nós somos cooperadores de Deus ” (1 Coríntios 3:9). Se há algum fruto, algum resultado, não temos do que nos gloriar. Somos seus cooperadores. Trabalhamos para o Senhor e tudo quanto fazemos, devemos fazer para a glória de Deus! Na verdade, Ele é quem realiza Seu plano através de nós, pois Ele mesmo disse: “Porque sem mim vocês não podem fazer nada. ” (João 15:5).

Este princípio é claro: “Faça tudo para a glória de Deus!

CONCLUSÃO

Observemos bem estes princípios com disposição para evangelizar e discipular a JANELA 0 X 14. Estes princípios são também os que norteiam o trabalho da Aliança Pró Evangelização das Crianças – APEC, que está completando 80 anos de atividades no Brasil, neste ano de 2021.

Continuemos juntos, alcançando as crianças no Brasil e no mundo, sem distinção de origem, raça, cor, idade, religião, ou quaisquer outras formas de discriminação.

É tempo de ouvir e obedecer ao Senhor: “A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, peçam ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara.” (Lucas 10:2).

Que DEUS multiplique os EVANGELISTAS DE CRIANÇAS!

Gilberto Celeti

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