Reflexões

31/03/2020

O CORONA E A PROTEÇÃO DE DEUS

Pois Ele te livrará do laço do passarinheiro e da peste perniciosa (Sl 91.3).

Nesse momento de intimidação do coronavírus, o Salmo 91 deve ser leitura obrigatória ao crente.  A Bíblia não é amuleto, mas as promessas deste Salmo têm o poder de trazer segurança e paz em meio à pandemia que se instalou no Brasil e no mundo. Nele o salmista descreve com precisão as ameaças de hoje: a peste perniciosa, o terror noturno, a seta que voa, a peste que se propaga nas trevas e a mortandade que assola o meio-dia (Sl 91.3,5,6).

Como escapar de tantos perigos?  Mais do que se trancar em quarentena, o crente deve se esconder na presença de Deus, onde está a verdadeira proteção: O que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipotente (Sl 91.1).  Na poesia do Salmo, merece destaque o esconderijo do Altíssimo, uma referência ao lugar santíssimo do Tabernáculo, onde a presença de Deus estava ali diuturnamente (Êx 25.8). Observe-se ainda À sombra do Onipotente, expressão que soa como paradoxo: como o sol da justiça pode ter sombra?  É mais uma figura de  proteção, tal como a gente procura sombra quando se está exposto ao sol forte.  Mais: em que sentido se pode ficar debaixo das asas de Deus? Na teologia hebraica, a proteção de Deus é comparada à ave que acolhe seus filhotes debaixo das asas, especialmente em horas de perigo.  De igual modo, o Senhor nos protege.  O próprio Senhor Jesus usou a figura quando declarou: Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas… (Mt 23.37).

A expressão: Caiam mil ao teu lado, e dez mil, à tua direita, tu não serás atingido (Sl 91.7), faz lembrar as estatísticas do coronavírus com centenas de milhares infectados e mais de 15 mil óbitos no mundo.  Mas, do modo como Israel contemplou no passado a morte de seus inimigos como os egípcios e assírios, dentre outros, temos visto milhares de pessoas perecerem na pandemia. Nos dias bíblicos, em muitos casos, os agentes do livramento divino para o povo de Deus foram os anjos: aos seus anjos dará ordens a teu respeito, para que te guardem (Sl 91.11).  Essa promessa se cumpriu cabalmente em Daniel, quando passou uma noite na cova dos leões (Dn 6.22); com Pedro, liberto quando dormia alta noite na prisão de Herodes Agripa I (At 12.7) e com Pedro e João ao serem presos e libertos nos primeiros dias da Igreja de Jerusalém (At 5.19). Contudo, como Jesus Cristo é o mesmo ontem e hoje e para sempre (Hb 13.8 ), poderá usar o mesmo expediente para nos livrar hoje.

Decididamente, são as promessas de Deus o maior e melhor consolo nos dias perigosos que vivemos.  Elas são abundantes neste Salmo: Ele te livrará (91.3); Estarás seguro (91.4); Não te assustarás (91.5); Tu não serás atingido (91.7); Nenhum mal de sucederá, praga nenhuma chegará à tua tenda (91.10); Que te guardem em todos os teus caminhos (91.11); Eles te sustentarão nas suas mãos (91.12); Eu o livrarei (91.14); Pô-lo-ei a salvo (91.14); Na sua angústia eu estarei com ele, livrá-lo-ei e o glorificarei (91.15); Saciá-lo-ei com longevidade (91.16).

Muito além dos livramentos físicos, o Senhor ainda promete poder para o crente pisar o leãozinho e a serpente (91.13). Na Bíblia, o leão e a serpente são figuras de Satanás, nosso adversário. Pois até ele não terá poder sobre nós, se estivermos escondidos no esconderijo divino e debaixo das asas de Deus. Corramos, pois, para este  este santo lugar.

Pr. Antônio Paulo de Oliveira (In Memória)

Desenvolvido por REALL Comunicação