Reflexões

29/11/2019

CONSTRUTORES DE MUROS – 9

Há outras pedras para se erguer os muros seguros para a proteção da nova geração. .

Vivemos nitidamente numa época marcada pelo hedonismo. O hedonismo que se vê na busca do máximo de prazer e deleite; no desejo de alcançar a felicidade, custe o que custar; na luta para evitar a dor e o sofrimento; na busca, acima de qualquer outra coisa, do entretenimento.

O lema desta época é: “Aproveite a vida!”; “Relaxe!”; “Pare de sofrer!”.

São inumeráveis as possibilidades e os convites para as mais variadas experiências: academias com suas ginásticas e artes marciais; áreas de lazer para esportes, caminhadas e exercícios; clubes, teatros, shows, música, dança, cinema, compras, restaurantes, lanchonetes, passeios e viagens, e até religiões.

Nesta era da informação, a tecnologia tem ampliado os recursos para as mais inimagináveis atividades de entretenimento, como nunca se viu outrora: televisão, vídeos, canais a cabo, computadores, telecomunicações, etc.

Investe-se, pesadamente, em marketing, para que todos os inumeráveis produtos e serviços possam chegar aos ávidos consumidores, ganhando assim a sua preferência. É uma verdadeira guerra, na qual o que vale é tentar fazer cada um pensar que pode se sentir bem, “legal” e feliz com aquela jóia belíssima, com aquele perfume irresistível, com aquele cigarro charmoso, com aquela roupa de grife, com aquele carro importado, com aquele cartão especial. Os shoppping centers (Templos da nossa época), as lanchonetes, os restaurantes estão cheios. As rodoviárias e aeroportos também estão lotados.

Parece que tudo o que as pessoas querem não é nada mais nada menos do que “pão e circo” – aquela antiga fórmula adotada na época da decadência do império romano, quando ser cristão envolvia ser mártir (verdadeira testemunha de Cristo).

O povo de Israel, ao sair do Egito, no exato momento em que Moisés recebia as tábuas da lei das mãos do Senhor, caiu na prática da idolatria, entregando-se a festividades onde a bebida, a sensualidade e a música despertavam as paixões mais vis. Naquela ocasião, a diversão acabou descambando para a imoralidade. Lemos em Êxodo 32:6b que “o povo assentou-se para comer e beber e levantou-se para divertir-se”. Já valia a velha regra do “Comamos e bebamos porque amanhã morreremos”.

Este hedonismo (palavra que tem raiz na língua grega, significando prazer e deleite) invadiu também o meio evangélico. O nome de Jesus tem sido apresentado como um talismã para que as pessoas evitem todo o sofrimento e “curtam” o máximo que puderem dos deleites desta vida. Até certos CDs de música evangélica estão ficando populares e vendem aos milhares.

O evangelho, que se apresenta hoje em muitos lugares, está adulterado. A “nova” mensagem afirma que o que importa e interessa é ajudar a pessoa a resolver os seus problemas, melhorar sua auto-estima, lidar com seus traumas, escapar de suas maldições, suprir suas necessidades, alcançar sua prosperidade, obter sua saúde, conseguir ser influente e poderoso, melhorar sua aparência, eliminar suas mágoas, enfim, se sentir bem e realizada e parar de sofrer.

Agradar e atrair as pessoas é o lema deste evangelho de entretenimento, que se esmera para fazer o espectador sentir-se bem com a música, a dança, o show, a curta e breve mensagem, a cor, o perfume, a pompa, o programa de auditório, o humor e o teatro.

Pais e cristãos construtores de muros precisam aprender a “remar contra a maré” e ensinar seus filhos pelo menos três princípios, que sendo praticados e vividos, tornam-se uma muralha de proteção contra a tragédia do hedonismo, Vejamos o primeiro deles, uma pedra maravilhosa neste muro de proteção:

1) AMAR A DEUS ACIMA DE TODAS AS COISAS

“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento” (Mateus 22:37, 38). A questão primordial não é a felicidade humana e, sim, o relacionamento do homem com Deus, o Seu Criador Excelso e Soberano!

“Agrada-te do Senhor, e Ele satisfará os desejos do teu coração” (Salmo 37:4). Vale a pena destacar, neste versículo, que aquele que se agrada do Senhor, amando-O de todo coração, alma e entendimento, tem, no Senhor, a fonte completa de satisfação. É ELE que satisfaz todos os desejos do coração e nada mais precisa ser acrescentado.

O homem foi criado, não para ser feliz, mas para amar e buscar a Deus, para desfrutar de comunhão com Ele para sempre. E é nesta busca, em primeiro lugar, do Seu reino e de Sua justiça, que todas as coisas necessárias à existência humana são acrescentadas, como lemos em Mateus 6:33.

Qualquer pessoa, que procurar a felicidade em coisas independentemente de Deus, viverá uma vida frustrada, mesquinha e infeliz, e jamais encontrará a razão para viver. O sentimento de vazio e de solidão jamais será abafado, por mais que se multipliquem as experiências de lazer e de entretenimento.

Gilberto Celeti

continua…

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