Reflexões

29/06/2019

CONSTRUTORES DE MUROS 4

 

CONSTRUTORES DE MUROS

4 – Os muros seguros da devoção e amor a Deus

 

 

Ao longo da história da igreja, sem nenhuma dúvida, pela negligência no ensino da Palavra de Deus aos filhos, e pela introdução que foi sendo feita, pouco a pouco, de ideias seculares e populares, o sincretismo foi ganhando espaço e as novas gerações foram se afastando mais e mais da verdade de Deus, de acordo com a Bíblia, para se aproximarem de afirmações tidas como verdadeiras, mas não em conformidade com a Bíblia, e sim com o que se classifica hoje como a Tradição da Igreja. Surgiu uma Igreja firmada na tradição e não na Bíblia. Os muros da fidelidade à Palavra de Deus foram sucumbindo.

Marinho Lutero viveu numa época quando os muros estavam desmoronados, e embora outros homens de Deus já se apercebessem e lutassem contra esta situação caótica, Lutero teve uma importância extraordinária, por sua coragem para enfrentar o poder religioso do Romanismo, e lançar os fundamentos para erguer o muro, que ficou conhecido como a Reforma Protestante, numa volta à autoridade da Bíblia.

Entre as várias preocupações de Lutero, é interessante destacar a sua preocupação com as crianças e a importância que ele deu para o ensino da Palavra de Deus aos pequeninos. É dele uma citação bem desafiadora: “Ninguém deveria tornar-se pai a menos que seja capaz de instruir os seus filhos nos Dez Mandamentos e nos Evangelhos, e que, antes de tudo, deseje que os seus filhos sejam instruídos nas realidades espirituais”.

Já vimos textos no Antigo Testamento que deixam bem claro que esta negligência dos pais em obedecer a Deus, ensinando as realidades espirituais aos seus filhos, foi o grande pecado que cometeram. Gerações foram surgindo que não sabiam quem era o Senhor, nem o Seu poder e nem as Suas maravilhas. Uma verdadeira tragédia! E os muros ficavam caídos.

O plano de Deus sempre foi que as crianças tivessem pais e famílias que construíssem muros seguros para protegê-las. Sim, com paredes seguras de devoção e amor ao Senhor, com paredes seguras de ensino dos princípios eternos. Veja bem que Moisés, falando ao povo de Israel que estava prestes a entrar na Terra Prometida, após deixar bem claros os dez mandamentos do Senhor, transmitiu-lhe a ordem de Deus: “Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te” (Dt 6.6, 7).

Instruir os filhos nos Dez Mandamentos, como disse Lutero, é construir um muro sobre um alicerce sólido. Papais e mamães: saber edificar esses muros na vida de seus filhos é o mais prioritário dos deveres. Ninguém deveria tornar-se pai a menos que seja capaz de instruir os seus filhos nos Dez Mandamentos e nos Evangelhos, e que, antes de tudo, deseje que os seus filhos sejam instruídos nas realidades espirituais.

1ª. Pedra – DEUS QUER QUE SAIBAMOS QUE HÁ UM ÚNICO DEUS

Vamos meditar neste artigo sobre a construção dos muros com base no ensino dos Dez Mandamentos. A primeira “pedra” do muro tem a ver com o relacionamento, nosso e dos nossos filhos, com Deus. A pedra diz: Deus quer que saibamos que há um único Deus, e que Ele deve ser amado acima de tudo, como está escrito em Dt 6.5: “Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força”. O ensino dos dois primeiros mandamentos deixa esta verdade muito clara (Dt 5.7-10):

  1. Não terás outros deuses diante de mim.
  2. Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima no céu, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra; não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu, o SENHOR, teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem, e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos.

As crianças precisam compreender a loucura da idolatria. Foi Lutero também quem afirmou: “Aquilo que uma pessoa mais ama, isso é o seu Deus”! Talvez esteja aí a chave para entender o porquê de os muros estarem caídos: falta amor para com Deus. Colocamos diversas coisas e pessoas em primeiro lugar e não o Senhor. Nossos filhos percebem o que é que nos motiva, nos norteia, nos impulsiona; se são as realidades espirituais ou se são as realidades terrenas e seculares.

2ª. Pedra – DEUS QUER QUE TENHAMOS CUIDADO COM A NOSSA LÍNGUA

Uma outra pedra deste muro, é descobrir que: Deus quer que tenhamos cuidado com a nossa língua! Este ensino fica nítido no terceiro e no nono mandamentos (Dt 5.11, 20):

  1. Não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão, porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.
  2. Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.

O muro do respeito para com o nome de Deus está caído. É preciso um sério compromisso para não sermos culpados deste terrível mal que incomoda os ouvidos a todo o instante, em toda e qualquer conversa: o uso do nome de Deus indevidamente. É o que está na boca de todos, sem nenhum respeito e consideração para com o Eterno Deus, o Criador do Universo. Temos que reparar essa pedra em nossa vida, como pais, e ajudar a edificá-la em nossos filhos. Semelhantemente, não abrir os lábios para mentir, para denegrir pessoas, para pecar por abuso verbal que machuca nos relacionamentos até dentro do lar e que, inclusive, machuca grandemente as crianças. Elas precisam ter esta pedra do muro bem alicerçada.

Gilberto Celeti

(Continua no próximo número)

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