Reflexões

25/05/2018

A verdade de Deus e a nova geração – 8

8. Época do Misticismo – Como conhecedores da época, já vimos as marcas nítidas do EGOCENTRISMO e do HEDONISMO. Os filhos de Deus, que anseiam pelo dia em que os reinos deste mundo se curvarão perante o Senhor Jesus, e que estão atentos buscando conhecer a época em que vivem, para saber o que fazer, podem facilmente identificar mais uma marca desta época: o MISTICISMO.

O Misticismo dos dias atuais vem a ser uma disposição para crer naquilo que é misterioso e sobrenatural, com uma tendência ao sincretismo nunca vista.

Hoje, existe uma verdadeira febre de interesse por assuntos tidos como espirituais: visões esotéricas, êxtases fascinantes, maravilhas, sinais, meditações transcendentais, buscas mais profundas de espiritualidade, contatos com seres angelicais, contatos com seres extraterrestres, experiências paranormais, desenvolvimento intuitivo, percepções divinas, revelações especiais, etc.

O grande interesse por religião e a facilidade dos meios de comunicação permitem um intercâmbio cada vez maior de práticas religiosas entre os povos. Por meio da televisão, do rádio, dos jornais, das revistas e da internet são divulgados os mais variados cultos e tradições religiosas de todas as partes do mundo. O proselitismo é muito forte; todos estão lançando suas redes para conseguir o maior número de adeptos. Pelo desejo de crescer, e de não perder os seus próprios membros, alguns grupos lançam mão de práticas místicas. O que se observa, então, é que há multidões caindo no sincretismo.

Este sincretismo é percebido na atitude das pessoas que buscam o que há de melhor em cada experiência religiosa, e vão juntando para formar algo que funcione, que dê certo, que promova uma determinada “experiência”.

Não há o mínimo interesse com a Verdade. Pelo contrário, existem muitas verdades – eles anunciam – e cada uma delas é boa em seu próprio contexto; o que importa é a experiência religiosa em si, e alguém pode ter esta experiência agradável tanto no budismo, como no islamismo, como no cristianismo, ou seja lá onde for.

Percebe-se, infelizmente, que muitos grupos que estão crescendo são exatamente os que se afastam da verdade da Palavra de Deus: testemunhas de Jeová, mórmons, islâmicos, seitas da nova era, etc.

Entretanto, observamos também no meio chamado evangélico, que os líderes cada vez mais se apresentam como os que trazem a palavra diretamente de Deus; como os que têm uma intimidade com Deus superior aos demais; como os que têm a força da oração mais poderosa; como os que podem identificar os que estão doentes e administrar a referida cura; como os que sabem lidar com os demônios. Apresentam-se como seres quase sobrenaturais, que podem ministrar a cura, o perdão, a prosperidade, a libertação, etc. Esta auréola de misticismo impressiona e atrai as multidões.

Todo este misticismo, que tem sido chamado também de neo-esoterismo, está presente de forma cada vez mais patente em toda parte de muitas maneiras: venda de produtos místicos, viagens a lugares místicos, palestras espiritualistas, rituais coletivos, medicinas alternativas, etc.

As crianças também estão sendo envolvidas pelo sobrenatural e misticismo por meio dos desenhos animados da televisão, dos jogos, da música, do teatro, do folclore, da literatura, e até do chamado G 12 para crianças. O espiritismo tem também um interesse especial nas crianças, tanto é que na década passada eles tinham como lema internacional: “Crianças: o futuro em suas mãos – evangelize e desperte consciências – Campanha Permanente de Evangelização Espírita Infanto-Juvenil”. A proposta era de formar uma nova geração alicerçada nas bases da doutrina espírita.
Procure observar como a grande maioria dos programas de televisão que as crianças e adolescentes assistem (como desenhos, filmes e até novelas), incutem temas ligados ao sobrenatural, tais como comunicação com os mortos, reencarnação e satanismo mesmo!

Queridos pais: As crianças não deveriam assistir Pokémon, Digimon, Dragon Ball Z, Power Rangers, Um Anjo Caiu do Céu e Serafim, Bem 10, entre outros! As crianças precisam ser alertadas sobre os erros e orientadas a deixarem de assistir. Ensine-lhes Mateus 6:22,23 e Lucas 6:45.

Um fenômeno recente foi o grande interesse despertado nas crianças pela leitura de livros com mais de 500 páginas, da Série Harry Potter, que são devorados rapidamente com sofreguidão. Nestes livros da, até bem pouco tempo, desconhecida escritora J. K. Rowling há muitas instruções sobre feitiçaria que são passadas para as crianças. Por que este fascínio tão grande?

O fato é que essa série, que virou mania, é completamente demoníaca, sendo, para os pequenos, aquilo que os livros de Paulo Coelho são para os adultos. Estes livros, assim como os jogos de RPG, fazem uma verdadeira lavagem cerebral, infundindo o ocultismo nas mentes dos jovens leitores, aguçadas com a história de um menino inexpressivo, insatisfeito e infeliz que, ao descobrir a bruxaria, encontra a alegria e a razão para viver.

O jornal “The Onion”, editado nos Estados Unidos, numa reportagem sobre o fenômeno Harry Potter, registrou o depoimento de algumas crianças:
“Os livros de Harry Potter são bons porque ensinam como você pode usar a magia para controlar as pessoas e se vingar dos seus inimigos.” – Craig Nowell, de 10 anos de idade.
“Jesus morreu porque foi um fraco e estúpido.” – Jéssica Easley, de 6 anos.
“Os livros de Harry Potter são incríveis; quando eu crescer vou aprender necromancia e invocar os maiores demônios da Terra.” – Houston Winters, de 11 anos.

O jornal ainda afirma que, apesar dos protestos de tantos líderes cristãos, “milhões de crianças estão desejosas de entregar suas almas a Lúcifer para fazer magia, e os protestos estão caindo em ouvidos surdos.”

O jornal entrevistou um líder da Primeira Igreja de Satanás no Salem, estado de Massachussets, que afirmou: “Harry é uma dádiva para nossa causa.
Uma organização como a nossa prospera com esse sangue novo, e a maioria é jovem e virgem. Lucro fácil.”

Por serem impedidos pela família de frequentar templos satânicos, muitos adolescentes têm criado suas próprias instituições. Algumas cobram taxas de adesão e permitem ao sócio amaldiçoar o nome de Deus num clube próprio.

O fato é que, se em 1995 havia cerca de 100 mil adultos envolvidos em seitas e igrejas satânicas, hoje, a igreja satânica anuncia que só entre crianças e adolescentes tem 14 milhões de seguidores.

Nas escolas, os professores apreciam o livro por estimular a leitura. Uma professora disse ao referido jornal: “Até hoje não vi um livro competir com os jogos de Play Station, mas Harry Potter tem feito isso. Eu tenho um aluno que nunca tinha lido um livro em sua vida; agora ele está lendo, além dos volumes da série, a Bíblia satânica e a Origem das Espécies.”

Prezado leitor, se me permite uma colocação bem pessoal, gostaria de sugerir que, em lugar de oferecer Harry Potter para seu filho ler, prefira os livros de C. S. Lewis, da série Nárnia, publicados pela Editora Martins Fontes e distribuídos pela ABU. São livros de ficção, porém apresentando verdades cristãs. Meus filhos apreciaram muito a leitura desses livros quando eram crianças. (E não estou ganhando comissão por este comercial!)

Mais recentemente os esotéricos estão falando muito sobre crianças índigo. Esse nome tem a ver com à cor da aura dessas crianças, que estão nascendo desde o final do século passado. Baseados na doutrina da reencarnação afirmam que essas crianças são seres numa esfera de evolução mais alta e que estão reencarnando para fazer as mudanças para a melhoria da vida aqui na terra.

São crianças superiores, fascinantes, fantásticas, fabulosas e que têm percepções de realidades tais como a de verem anjos, a de preverem acontecimentos e a de viver num mundo imaginário em contatos com fadas e bruxas.

Interessante a facilidade com que tantas pessoas aceitam (e acreditam) discursos confusos, ilusórios e nocivos. Como alguém pode assimilar mensagens cativantes e ilusórias, virando as costas para a realidade e a verdade, para se deixarem dominar por uma fantasia? Essa atitude nos leva a concordar com uma frase de G. K. Chesterton: “Quando as pessoas não acreditam em Deus, não é que elas não acreditam em nada, elas acreditam em qualquer coisa.”

Ao aceitarem essa teoria da criança índigo, os pais acabam contemplando os seus filhos, como uma espécie de “deuses”, a quem precisam considerar como seus instrutores. Que loucura! Os filhos é que devem ensinar os pais. Os filhos é que devem abençoar os pais. Os filhos são os portadores de uma sabedoria superior a quem os pais devem se submeter. Trata-se de um louco delírio.

Misticismo, neo-esoterismo, nova era, movimento holístico – são os nomes que marcam esta época. Há uma verdadeira sedução em todos os níveis da sociedade, como se toda a humanidade estivesse sendo preparada para uma só finalidade: participar de uma religião mundial, e adorar o filho da perdição, “o qual se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus, ou objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus” (2 Ts 2:3-5).

A Palavra de Deus afirma, de maneira a não deixar nenhuma dúvida, que a manifestação desta pessoa, o iníquo, será “segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais e prodígios da mentira, e com todo engano da injustiça aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos” (2 Ts 2:9-10).

O Rev. Elben M. Lenz César, editor da revista Ultimato, tratou deste assunto no magistral artigo intitulado “Milagrefobia”. Quanto mais falsa é uma crença religiosa, mais milagres anunciam. Hoje, mais do que nunca, é necessário ter medo de milagres e jamais esquecer as palavras do próprio Senhor Jesus: “Então se alguém vos disser: Eis aqui o Cristo! ou: Ei-lo ali! não acrediteis; porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos. Vede que vo-lo tenho predito” (Mt 24:23-25).

O que fazer, portanto, numa época de misticismo como a nossa? É o que veremos no próximo artigo.

Gilberto Celeti
superintendencia.apec@apec.com.br

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