Reflexões

01/03/2018

A verdade de Deus e a nova geração – 6

6. Épóca do Hedonismo

Nesta série sobre a VERDADE DE DEUS E A NOVA GERAÇÃO, o desafio é conseguir que muitos fiquem engajados como soldados, como os que viveram na época de Davi, que estavam dispostos a tudo para proclamarem-no o Rei.

Já fizemos um paralelo entre Saul, que estava governando, como uma figura do príncipe deste mundo, satanás, e o escolhido por Deus, para de fato reinar, Davi, uma figura do Senhor Jesus Cristo.

Os valentes de Davi chegaram decididos a Hebrom, para lhe transferirem o reino de Saul, segundo a palavra do Senhor (1 Crônicas 12.23). Já vimos suas preciosas qualidades:1) valentes e corajosos; 2) escolhidos pelo Senhor; 3) conhecedores da época; 4) armados e equipados; 5) determinados; 6) unidos e 7) em comunhão com o Senhor.

Para que a nova geração seja conduzida a Cristo, e o tenha como Senhor e Salvador, há necessidade que pais, professores, pastores e líderes que tenham estas qualidades, e que estejam também decididos a proclamer Jesus Cristo o Rei. Uma das qualidades, que estamos enfatizando, é a de serem “conhecedores da época, para saberem o que… fazer…” (1 Crônicas 12:32).

Já vimos a marca do “egocentrismo” (o “eu” colocado como o centro de tudo), nos dois últimos artigos. Vejamos a partir deste artigo a marca do “hedonismo”. De fato, nossa época é uma época de hedonismo. O que fazer?

O hedonismo se observa na atitude de alguém que busca obter o máximo de prazer e deleite; alcançar a felicidade, custe o que custar; evitar a dor e o sofrimento; buscar, antes de qualquer outra coisa, o entretenimento.

O lema desta época é: “Aproveite a vida!”; “Relaxe!” ; “Pare de sofrer!”.

São inumeráveis as possibilidades e os convites para as mais variadas experiências: academias com suas ginásticas e artes marciais; áreas de lazer para esportes, caminhadas e exercícios; clubes, teatros, shows, música, dança, cinema, compras, restaurantes, lanchonetes, passeios e viagens, e até religiões.

Nesta era da informação, a tecnologia tem ampliado os recursos para as mais inimagináveis atividades de entretenimento, como nunca se viu outrora: televisão, vídeos, canais a cabo, computadores, telecomunicações, etc.

Investe-se, pesadamente, em marketing, para que todos os inumeráveis produtos e serviços possam chegar aos ávidos consumidores, ganhando assim a sua preferência. É uma verdadeira guerra, na qual o que vale é tentar fazer cada um pensar que pode se sentir bem, “legal” e feliz com aquela joia belíssima, com aquele perfume irresistível, com aquele cigarro charmoso, com aquela roupa de grife, com aquele carro importado, com aquele cartão especial. Os shopping centers, as lanchonetes, os restaurantes estão cheios. As rodoviárias e aeroportos também estão lotados.

Parece que tudo o que as pessoas querem não é nada mais nada menos do que “pão e circo” – aquela antiga fórmula adotada na época da decadência do império romano, quando ser cristão envolvia ser mártir (verdadeira testemunha de Cristo).

O povo de Israel, ao sair do Egito, no exato momento em que Moisés recebia as tábuas da lei das mãos do Senhor, caiu na prática da idolatria, entregando-se a festividades onde a bebida, a sensualidade e a música despertavam as paixões mais vis. Naquela ocasião, a diversão acabou descambando para a imoralidade. Lemos em Êxodo 32:6b que “o povo assentou-se para comer e beber e levantou-se para divertir-se”. Já valia a velha regra do “Comamos e bebamos porque amanhã morreremos”.

Este hedonismo (palavra que tem raiz na língua grega, significando prazer e deleite) invadiu também o meio evangélico. O nome de Jesus tem sido apresentado como um talismã para que as pessoas evitem todo o sofrimento e “curtam” o máximo que puderem dos deleites desta vida. Até certos CDs de música evangélica estão ficando populares e vendem aos milhares.

O evangelho, que se apresenta hoje em muitos lugares, está adulterado. A “nova” mensagem afirma que o que importa e interessa é ajudar a pessoa a resolver os seus problemas, melhorar sua autoestima, lidar com seus traumas, escapar de suas maldições, suprir suas necessidades, alcançar sua prosperidade, obter sua saúde, conseguir ser influente e poderoso, melhorar sua aparência, eliminar suas mágoas, enfim, se sentir bem e realizada e parar de sofrer.

Agradar e atrair as pessoas é o lema deste evangelho de entretenimento, que se esmera para fazer o espectador sentir-se bem com a música, a dança, o show, a curta e breve mensagem, a cor, o perfume, a pompa, o programa de auditório, o humor e o teatro.

Você é um cristão que, como os valentes de Davi, procura conhecer a época em que vive para saber o que fazer? O que se pode fazer, então, numa época assim? Permita-me sugerir alguns passos a seguir:

1) AMAR A DEUS ACIMA DE TODAS AS COISAS

Numa época como esta é da maior importância compreender que o amor a Deus é assunto de máxima prioridade.

“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento” (Mateus 22:37, 38). A questão primordial não é a felicidade humana e, sim, o relacionamento do homem com Deus, o Seu Criador Excelso e Soberano!

“Agrada-te do Senhor, e Ele satisfará os desejos do teu coração” (Salmo 37:4). Vale a pena destacar, neste versículo, que aquele que se agrada do Senhor, amando-O de todo coração, alma e entendimento, tem, no Senhor, a fonte completa de satisfação. É ELE que satisfaz todos os desejos do coração e nada mais precisa ser acrescentado.

O homem foi criado, não para ser feliz, mas para amar e buscar a Deus, para desfrutar de comunhão com Ele para sempre. E é nesta busca, em primeiro lugar, do Seu reino e de Sua justiça, que todas as coisas necessárias à existência humana são acrescentadas, como lemos em Mateus 6:33.

Qualquer pessoa, que procurar a felicidade em coisas independentemente de Deus, viverá uma vida frustrada, mesquinha e infeliz, e jamais encontrará a razão para viver. O sentimento de vazio e de solidão jamais será abafado, por mais que se multipliquem as experiências de lazer e de entretenimento.

Já mencionamos no início desta série uma afirmação de Martinho Lutero que precisa ser considerada com muita seriedade:  “aquilo que um homem mais ama isso é o seu deus”. Eis aí um pensamento que nos leva a concluir que há muitos outros deuses ocupando o centro de nossos corações. Não estamos tendo o Senhor como nosso único Deus. Nosso amor para com Deus de todo coração com tudo o que há em nós e com tudo o que somos é pequeniníssimo.

É preciso acabar com a idolatria dentro do coração. Derrubar os ídolos e os seus altares. Dar espaço completo para o reinado de Cristo em nós. Recordemos a oração do apóstolo Paulo: “Por esta causa, me ponho de joelhos diante do Pai, de quem toma o nome toda família, tanto no céu como sobre a terra, para que segundo a riqueza da sua glória, vos conceda  que sejais fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior; e, assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vos arraigados e alicerçados em amor, a fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus”. (Efésios 3:14-19).

No próximo artigo continuaremos vendo algo mais sobre esta época de hedonismo e o que fazer.

Gilberto Celetis
superintendencia.apec@apec.com.br

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