Reflexões

15/01/2018

A verdade de Deus e a nova geração – 4

 4 – Época do Egocentrismo

Verificamos, no artigo anterior, algumas qualidades de valentes que vieram para transferir o reino de Saul para Davi, e para proclamar Davi o Rei. Em pleno século vinte e um, necessitamos também destas qualidades para proclamar o Filho de Davi, Jesus Cristo, como o Rei dos Reis e o Senhor dos Senhores. Dentre elas destacamos a dos filhos de Issacar, que eram “conhecedores da época, para saberem o que Israel devia fazer…” (1 Crônicas 12.32).

Como cada época tem suas características e peculiaridades, saber discernir o momento histórico, isto é, conhecer a época, é imprescindível se queremos, com a pregação das boas novas da salvação, transferir a vida de milhares que estão sob o domínio de Satanás, para o Reino de Cristo Jesus, tendo o mesmo comissionamento de Paulo que ouviu do Senhor estas palavras: “Eu te envio, para lhes abrires os olhos e os converteres das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus, a fim de que recebam eles remissão de pecados e herança entre os que são santificados pela fé em mim” (Atos 26.17,18).

Que esta qualidade, dos filhos de Issacar, nos ajude a saber o que deve ser feito. Não temos tempo a perder. O que caracteriza a nossa época?

1. Vivemos na Época do Egocentrismo

Como já dissemos, vivemos hoje na era da informática, na Idade Mídia. Sem sair de casa, pode-se acessar qualquer lugar do mundo e obter-se qualquer tipo de informação. O computador e o celular estão elevados e colocados no altar. Isso tudo afeta as pessoas. Uma maneira diferente de pensar, de sentir e de agir está ganhando um espaço cada vez maior e predominante, e tem sido identificada a nossa época pela expressão PÓS-MODERNA.

Mudanças bruscas têm ocorrido tão rapidamente ao nosso redor, que se torna difícil fazer uma análise detalhada. No entanto, podemos considerar algumas situações na tentativa de conhecer a época para saber o que fazer. Várias características identificam o chamado pós-modernismo. Vejamos uma delas: o egocentrismo.Podemos afirmar que vivemos na época do egocentrismo.

Cada qual se arroga o direito de decidir por si mesmo, por critérios que julgue serem os melhores, de que maneira deve se vestir, comer, andar, estudar, trabalhar, agir, sem levar em consideração os costumes, as tradições, as lições do passado, a história e os valores morais considerados universais. Você, com certeza, conhece alguém que anuncia:
— “Que me importa o que meus pais disseram? Que me importa o que diz a Bíblia? Eu faço o que acho melhor e o que eu gosto!” O lema desta época é: “Você decide!”

O que importa é apenas o interesse próprio, ganhar vantagens, ter sucesso, ter poder, ser admirado, ficar no centro das atenções não importa como. Tudo gira em torno do EU: Eu decido… eu mereço… eu faço… eu “aconteço”… eu sou o centro do universo!

Pense um pouco e analise: Qual a mensagem dos desenhos animados para as crianças? Qual a ênfase da psicologia? Qual a ênfase no sincretismo evangélico (“eu determino”)? Como consequência desta maneira de pensar, os índices de violência aumentam, levando a sociedade a uma selvageria assustadora.

É interessante observar, neste contexto, que a teoria da evolução, desfazendo-se da verdade bíblica de ter sido o homem criado à imagem e à semelhança de Deus o Criador, tem feito um estrago irreparável. Segundo esta teoria absurda e que não tem como ser fundamentada cientificamente, vence o mais forte apenas. Outro fato que se constata é que o homem, colocado ao nível dos animais, não tem mais responsabilidade perante o seu Criador, para prestar-Lhe contas.

Os questionamentos morais, éticos e espirituais perderam sua validade e não há preocupação ou interesse em se provar que uma determinada coisa é “certa” ou “errada”. É comum encontrarmos pessoas com pensamentos tais como: “o que é certo para você talvez não o seja para mim” ou “o que está errado para você talvez seja correto para mim” ou “ninguém é dono da verdade…”

Uma pretensa liberdade é apregoada com o lema: “Se você se sente bem, ou se sente feliz, o que importa? Fumar, adulterar, participar de uma sessão espírita, ser idólatra? Que importa? Sou feliz por ser…” Para pessoas que pensam assim, o que vale é ser feliz, independentemente de qualquer tipo de critério moral, pois isto “já era!”

Outra faceta desta época é que todo indivíduo deseja ser visto, ouvido e atendido com total exclusividade.

No querer ser visto, a “selfie” conquistou um lugar de destaque extraordinário na sociedade. Na raiz da palavra selfie está o “eu”. Cada um deseja mostrar a melhor imagem de si mesmo, onde não apareça nenhum tipo de defeito e isto de modo tão desenfreado que o “Posto, logo existo” define bem a nossa época. A tecnologia ampliou desmedidamente o egocentrismo.

No querer ser ouvido, as comunicações nas mídias do que cada um pensa, acha, gosta, se interessa é impressionante. Quem consegue “aguentar” a enxurrada de publicações de textos, de vídeos, de frases, muitas das quais só interessam mesmo as próprias pessoas que as postam, sem falar do intuito buscado por muitos de ter o máximo de repercussão e conseguir momentos de fama?

No querer ser atendido com exclusividade, o que importa é “ser especial”: ter um cartão de crédito especial, ter um estacionamento vip, ter alguém estendendo um felpudo tapete à sua frente para que ele possa passar. Cada vez as pessoas vão se tornando mais exigentes e mais voluntariosas, como criancinhas mimadas a quem os pais não impuseram quaisquer limites ou restrições. “Sem limites e sem restrições” é o grande apelo da mídia para atrair pessoas egocêntricas.

Sem nenhuma sombra de dúvida, esta época do egocentrismo vai sendo caracterizada por ser uma época em que:
a) a família desmorona e enfraquece;
b) a violência aumenta e assusta;
c) a moralidade desaparece dando lugar à sexomania desenfreada e ao consumo de drogas;
d) a busca de riqueza, prosperidade e ostentação se tornam prioritárias.
e) o altruísmo e o idealismo simplesmente sumiram e não há nada por que valha a pena lutar.

O que fazer numa época assim? No fundo de toda esta questão está o desejo de felicidade. O que todos querem é ser felizes. “Pare de sofrer” se torna um cativante slogan. Para que este ideal de felicidade se concretize, há três necessidades fundamentais a ser supridas:
1) Ser amado, ser aceito, pertencer.
2) Estar livre do medo, estar seguro.
3) Ter um senso de realização e verificar que sua participação na sociedade é importante.

Numa época de egocentrismo, como suprir esta carência de amor, de segurança e de senso de realização? Só há um caminho, que está indicado nas páginas da Bíblia, a Palavra de Deus. Esse caminho consiste em:
1ª) Conhecer e experimentar o amor de Deus.
2ª) Conhecer e experimentar as promessas de Deus.
3ª) Conhecer e experimentar que vale a pena viver em função dos outros, não de si mesmo.

Continua no próximo mês…

Pr. Gilberto Celeti
Missionário da APEC

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