Reflexões

31/01/2021

A CRIANÇA NUM TEMPO DE APOSTASIA – 4

O que caracteriza nossa época é falta de fidelidade, de firmeza, de certeza, de estabilidade, de honradez. A vida moral é frouxa e inconsistente. Ninguém fica incomodado em falar mentiras, violar as promessas, usar palavras de baixo calão, usar o nome de Deus em vão, deixar de lado suas responsabilidades morais e éticas. Os valores estão distorcidos e perdeu-se a capacidade de distinguir entre o certo e o errado.

O que caracteriza nossa época é a expressão: tudo é relativo. Nada pode ser considerado como absolutamente certo ou errado, absolutamente bom ou mau, absolutamente justo ou injusto, e assim por diante. Perdeu-se a noção da verdade absoluta. A “moda” é dizer que o que é verdade para você pode não ser verdade para mim. Ninguém pode dizer o que é certo ou errado. Cada um deve decidir esta questão por si mesmo, segundo a sua própria maneira de pensar.

As pessoas estão tomando decisões, escolhendo o que lhes parece o melhor num determinado momento e circunstância, de acordo com o que acham ou pensam, sem a preocupação de verificar se o que decidem ou fazem está dentro de um padrão verdadeiro. Na verdade, acabaram-se os padrões.

Ninguém quer compreender e muito menos aceitar a verdade absoluta – aquela que é verdade para todas as pessoas, em todas as épocas e em todos os lugares.

Sendo assim, a mentira é justificada, o engano de colar numa prova é aceito sem problema, o roubo pode ser necessário para resolver uma situação difícil, as falsidades podem trazer um benefício e assim o pecado é disfarçado. Vivemos uma época de engano. Falta o amor à verdade.

A atitude de Pilatos, perguntando a Jesus: “Que é a verdade?” (João 18:38), para logo em seguida virar-lhe as costas, ilustra a atitude desta geração decadente – virar as costas para a verdade! Pois Pilatos estava exatamente diante do Filho de Deus que afirmou: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6).

Numa época assim, precisamos preparar as novas gerações, alertando quanto ao perigo do relativismo e firmando-as nos absolutos eternos que estão na Palavra de Deus.

IV – CONDUZIR AS CRIANÇAS À VERDADE DO EVANGELHO

Primeiramente, as crianças precisam conhecer a verdade do evangelho. Para isso as palavras do apóstolo Paulo são precisas: “Irmãos, venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei, o qual recebestes e no qual ainda perseverais; por ele também sois salvos, se retiverdes a palavra tal como vo-la preguei, a menos que tenhais crido em vão. Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras” (1 Coríntios 15:1-4).

A BOA NOTÍCIA DA SALVAÇÃO pode ser claramente anunciada às crianças destacando-se os seguintes princípios:
1. O AUTOR DA SALVAÇÃO – DEUS
• Deus é o Criador. Criou o homem à sua imagem. (Hebreus 11:3 – Salmo 19:1-4)
• Deus é Amor. (João 3:16 – Jeremias 31:3)
• Deus é Eterno, Justo, Santo e Perfeito. (Salmo 90:1 João 1:1-5 – 2 Timóteo 3:16)
• Deus fala. (Romanos 1:19,20 – 2 Timóteo 3:16 – 2 Pedro 1:21)

2. A NECESSIDADE DA SALVAÇÃO – A QUEDA DO HOMEM
• Como o pecado entrou na história. (Romanos 5:12, Romanos 3:23 – Isaías 53:6)
• O pecado separa você de Deus. (Isaías 59:2,3 – Romanos 6:23)

3. A PROVISÃO DA SALVAÇÃO – JESUS CRISTO
• A pessoa de Cristo: O Filho Unigênito – Verbo Encarnado. (João 1:1-14)
• A obra de Cristo: A vida perfeita – A morte na cruz – A ressurreição – A Exaltação.
(2 Coríntios 5:21 – João 10:17,18 – 2 Coríntios 15:3,4 – Hebreus 1:2-4)

4. A APROPRIAÇÃO DA SALVAÇÃO – FÉ
• O arrependimento. (Atos 2:38)
• A fé. (João 1:12 – Efésios 2:8,9)

5. A SEGURANÇA DA SALVAÇÃO – ETERNA
• Jesus nunca vai nos deixar. (Hebreus 13:5)
• Nada pode separar o crente da salvação em Cristo. (João 10:28-30 – Romanos 8:31-39)

O que importa é apresentar esta mensagem do Evangelho às crianças de maneira simples e clara.  No final do século XX missiólogos de renome cunharam a expressão JANELA 4/14, demonstrando que é na faixa estaria dos 4 aos 14 anos em que ocorrem o maior e mais expressivo número de conversões à Cristo. Depois dos 15 anos o número dos que creem e recebem a Cristo como Seu Salvador diminui consideravelmente.

A APEC – Aliança Pró Evangelização das Crianças, desde 1937 vem atuando exatamente focada na pregação da verdade do evangelho às crianças.

Francis Schaeffer, falecido em 1984, teólogo, filósofo e pastor, fundador da comunidade L’Abri (do francês, “O Abrigo”), na Suíça, falando no 1º. Congresso Europeu sobre a Evangelização das Crianças, afirmou:

“Há um só Evangelho para adultos e crianças. A evangelização de crianças não apresenta um Evangelho diferente; é simplesmente uma questão de traduzir, as grandes verdades da fé cristã de maneira bem simples. O maior motivo, porque creio que as crianças compreendem as verdades vitais do Evangelho, é o fato de crer no ministério do Espírito Santo para comunicar a mensagem de salvação e santificação a elas. Não há adulto, por mais inteligente que seja, capaz de compreender o Evangelho sem a iluminação do Espírito Santo.”

E nestes dias, quando a ênfase no trabalho com as crianças está sendo no lúdico, no entretenimento, numa contação de historinhas onde o evangelho é omitido. É preciso retornar ao ensino da verdade do evangelho às crianças.

Nesse contexto de decadência, é preciso estar atento à apostasia, sendo de suma importância lembrar também das palavras do apóstolo Paulo em Gálatas 1:6-9:

“Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema. Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema.”

Gilberto Celeti
continua no próximo número

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